segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Avesso.


Avesso...
A, ve só
Osseva! tá avesso.
Tudo avesso, esse mundo
Osseva!
O mundo do avesso.

(Aloap)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Passo.



A certeza da vida é a passagem
Logo para mim, a vida passa a ser um rio

Então por que não deixar o que deve ir
Para vir o que está por vir?

A passagem do rio é sua satisfação
Um rio parado é morto, escuro e sem vida

Uma vida que se segura
É uma represa,
Uma vida estagnada

Um rio preso, é vida sem vida.

(Paola)

Obs:. Esse rio está no olhar...

                                                             

O homem cordial.

Tinha um sorriso quadrado

Era limpo e reluzente seu colarinho
Andava em passos largos pois se sentia maior

Ninguém dirigia a ele a palavra
Somente quando esta ele consentia

Pregava a igualdade e fazia caridade
Era solidário com seus súditos

Mas no entanto aquilo lhe convinha
Sua cordialidade tinha o seu tamanho

E aquilo o fazia ser melhor
Mas ai daquele que lhe levantasse os olhos

Era cordial e muito consciente
E pregava a não violência

Como era grande seu sapato.

(Paola)

                                                                          

O Gago.





Me, me ame...
Me ame...
Minha meta, 
Minha metade...
Me'a meta língua...
Minha meta língua...
Minha meta linguagem
Me come, 
Me come... 
Me começa em ti
Me o cú..
Me ocú...
Me ocupe os espaços.

O gago. 

(Paola)

Um canto. "O amor é um rock e a personalidade dele, é um pagode." (Tom Zé)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

81.


No tempo dos bobos cê era um.
Existiu o tempo dos bobos?
Hoje o tempo é dos espertos.
E os bobos perderam-se no tempo
Perderam-se não, estão aí sem tempo.
Pra que exista o esperto foi preciso ter o bobo
Pois o bobo fez com que o esperto se sentisse
Certa vez ouvi uma frase que dizia que "o mundo é dos espertos"
Se é ou não, não gostei desse tempo.
O tempo dos espertos é virado, contrário e triste.
Tem muitos espertos por aí, me sinto fora do tempo.
Nasci em 81. 
Acho que foi o último tempo dos bobos.
O esperto veio se alastrando, se alastrando...
E hoje essa palavra bobo, me chama atenção
Pois o esperto é tão comum.
Porque ser bobo, é ser estranho?
O esperto que quis fazer do bobo algo ruim!
Ser bobo é não ir por tantas contrariedades
tanta exploração
Ele tenta outros rumos que não seja o do esperto
Naquele tempo era diferente
O tempo dos bobos.
Tinha música, amores, palhaços, doces, cores...
Ô tempo bom...
Ainda se vê uns por aí, tropeçando, dando voltas no tombo
pra não cair nas armadilhas terríveis dos espertos.
Geralmente sorriem mais, e tem um brilho diferente no olho.
E não ficam querendo bancar o esperto mostrando-se sempre tão seguros.

(Paola)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Querer-me.




Eu te quis tanto que me faltei
E no tanto me perdi
E na perca eu vaguei
E no vago me esvaziei
E no vazio dei espaço
E no espaço vi o movimento

E no movimento me vi
ao me ver me reencontrei
No reencontro entendi
que o que falta já não sou eu
Ao me encontrar já não te senti falta
E nesse passo vi que o que me faltava
Era somente eu.

(Paola)