sábado, 26 de novembro de 2011

Tropego.


 

 
Cheia de vazio...dá pra entender isso?
Me entope, só por que nao consigo
mais me entorpecer com as coisas do mundo.
Secou.. vácuo
"um copo vazio..cheio de ar"
Cheia de vazio...dá pra entender?
O homem que diz que sabe...sabe?
Ensina-me a andar...
tropego, só assim..ainda.
pelos rumos que tomaram, sou tropego.
Me ensina a andar, pois contra rumo.
Por ali só posso me encher de indignaçao
Por isso Cheia de vazio...
Da para entender isso?

O Medo

                               
Eu tenho medo
Medo do que nao conheço, do que ainda nao vi
Se tudo senti..nao, ainda sinto o medo do que nao foi.
Tenho medo de ficar..ou de nao fazer.
Por isso me atiro, arrisco, por sentir medo.
Esse tal repugnante..e tão distante dos santos
Será o medo mesmo difícil..mas eu nao sei de nada.
Serão eles tão corretos e heróis?
Me parecem tão seguros de si
Sempre prontos pra briga
E nunca erram com suas indumentárias de blinde
Como será que conseguem sempre andar de cabeça erguida?
Certo dia olhei para o chão
E vi que me sujo facilmente
E que de pureza passo longe
E disso não tive medo,talvez por isso mesmo pude ver
Que o medo me levou a ser, até aqui
O meu nada...
Aqui mesmo pude ver isso  tudo
Por medo...
Pelo simples fato de senti-lo
E não negá-lo...
(Paola)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uma história de Um.

Não há saída..somente prédios ruas e avenidas.
Minha saída aqui na rua de casa pra ser bem visto era me tornar crente em deus...
Crente...
Oi onde...não ouve, não vês, não importa?
Portanto, não vejo, não ouço, não creio, e já não me importa.
Me mostraram outra saída.
Mas foi numa cela que não me cabia.
E aqui fora foi somente o que me coubera.
Não escolhi o roubo, nem tráfico, isso foi o que me coube.
O trabalho não me coube, não.
Não puderam me encaixar, não tinha o porte...
nem a cor
Quem inventa,
pra onde venta?
De onde vem...
Qual a crença de que esta é minha sina.
Não, foi isso o que me coube.
E não me sinto "caibo"
A rua não é minha...nem aquela casa.
Muito menos aquele quarto,
Das grades e suas gentes.
E quando quero? tenho que tomar, não quero...
Onde cabe meu querer?
Quando negro, quando pobre,
Quem disse que assim deve ser? Não quero
Sim, sei o que eu Não quero. Isso eu sei.
Eu sei o que me cabe...
É mais do que o que me foi cabível
Sinto aperto.
Não há saída.
Só vejo prédios, ruas e avenidas.
O gueto, o beco, o morro...
Estou vivo...Vivo!
E (a)finado de tanta vida.
Tanta que não se cabe...
Não me cabe
Porém, não me acabo, não.
O que não quero, isso sei. Não quero...

(minha contribuição para o dia de finados)