quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uma história de Um.

Não há saída..somente prédios ruas e avenidas.
Minha saída aqui na rua de casa pra ser bem visto era me tornar crente em deus...
Crente...
Oi onde...não ouve, não vês, não importa?
Portanto, não vejo, não ouço, não creio, e já não me importa.
Me mostraram outra saída.
Mas foi numa cela que não me cabia.
E aqui fora foi somente o que me coubera.
Não escolhi o roubo, nem tráfico, isso foi o que me coube.
O trabalho não me coube, não.
Não puderam me encaixar, não tinha o porte...
nem a cor
Quem inventa,
pra onde venta?
De onde vem...
Qual a crença de que esta é minha sina.
Não, foi isso o que me coube.
E não me sinto "caibo"
A rua não é minha...nem aquela casa.
Muito menos aquele quarto,
Das grades e suas gentes.
E quando quero? tenho que tomar, não quero...
Onde cabe meu querer?
Quando negro, quando pobre,
Quem disse que assim deve ser? Não quero
Sim, sei o que eu Não quero. Isso eu sei.
Eu sei o que me cabe...
É mais do que o que me foi cabível
Sinto aperto.
Não há saída.
Só vejo prédios, ruas e avenidas.
O gueto, o beco, o morro...
Estou vivo...Vivo!
E (a)finado de tanta vida.
Tanta que não se cabe...
Não me cabe
Porém, não me acabo, não.
O que não quero, isso sei. Não quero...

(minha contribuição para o dia de finados)

Nenhum comentário:

Postar um comentário