quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Descartáveis.

Descartáveis.
A sociedade e os resíduos sólidos
Só-lidão
Concretos como se tornam os sentidos e o coração
Carros,prédios,ruas...
Se vive a Era da praticidade
Enlatado está o amor
Encaixotado e plastificado o ser

Ser, consumidor de si
Ser,consumidor do outro
do passado, presente, resto futuro
Comemos com mostarda nossa história
Digerimos nossa luta
O ser se torna descartável
De fácil substituição

E se vive o "amor libertário" dos tempos modernos
O sexo corporativo
Do inconvívio dispositivo

Fast-Sex: rápido e prático
Seu gozo garantido
Venha,não perca a promoção!O amor de verão.
Este vem embrulhado e lacrado com uma fitinha vermelha
Se vende nos bares,ruas e galerias
Sobra ainda, o laço de fita de lembrança

As portas e janelas estão quadradas e gradeadas
As casas cada vez mais kitinetes
Os cães mais amigos e menores

Atropelamos o silêncio
Estava ele estendido no asfalto quente
E o trânsito continuou seu fluxo contínuo
As pessoas sem rumo, em círculos
Indo e vindo,no vão do espaço curto de tempo que te rouba
O que se vê, se perde em meio á fumaça dos carros e chaminés.
Mas paira no ar...

De dentro de um carro uma criança olha firme para o céu
Procurando sabe-se o que
Mas seus olhos brilham em meio à cidade embassada
Ali, ele cola o rostinho no vidro e insiste na missão
Depois se afasta,olha seu reflexo no vidro
E toda a cidade e seu cotidiano.

Há de não ser
               O que de qualquer forma
                           Oprima ou suprima a força de um homem.

                                                                  (Paola Santos-Outubro 2008)        

Um comentário:

  1. Não quer dizer que sejamos assim,talvez é assim que alguns nos queiram.(Paola C.)

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